Preconceito: substantivo
masculino 1. qualquer opinião ou sentimento concebido sem exame crítico. 2.
sentimento hostil, assumido em consequência da generalização apressada de uma
experiência pessoal ou imposta pelo meio; intolerância.
Esse mês eu decidi falar de um
assunto que vem me cercando há algum tempo. No auge dos meus 24 aninhos de
idade, já formada em faculdade, me vi ainda meio instável diante de algumas
decisões e conquistas na vida. E resolvi postar algo assim aqui no blog porque
eu tenho certeza que muita gente se identifica com isso.
A cobrança por aceitação é uma
realidade que a maioria de nós vive. É um desespero para ter tudo resolvido ou
encaminhado o quanto antes. Para decidir a carreira que queremos pra vida toda aos
17 anos de idade diante de um vestibular. E quem é que tem a cabeça formada aos
17? Ainda é mal visto aquele que tranca curso em faculdade, aquele que não tem
carro, que não tem um emprego em uma multi-nacional ou até mesmo – pasmem –
aquele que ainda está solteiro ou não demonstra querer uma vida tradicional de
casamento e filhos. E pior ainda, MUITOS de nós são assim, não é raro, mas da
mesma forma esse preconceito rola solto! E, alô, a aceitação externa é mais
importante que a aceitação pessoal?
Acho que a maioria já sabe disso,
não vim falar apenas mais do mesmo. Mas sinto que essa cobrança por aceitação
social é algo que afeta diretamente as vidas de pessoas na nossa faixa etária,
18 aos 26, a idade permitida para participação no programa Au Pair. Eu mesma me
flagrei preconceituosa quando ao me perguntarem sobre meu intercâmbio eu
enrolar de todas as formas possíveis para assumir: estou indo ser babá. Mas
essa é minha realidade hoje, goste quem gostar, essas coisas fazem parte do
processo de crescimento de todo mundo!
Sabe, no final das contas tudo é
da forma como você encara as coisas. Não há certo ou errado – exceto se for pra
ser desonesto, aí há errado sim, viu? Então sim, o clichê é real: todo trabalho
honesto é um bom trabalho. O caixa do McDonald’s, a faxineira do hipermercado,
o empacotador, o gari, a babá! Entre tantos outros empregos que exigem menor
grau de estudo, todos são válidos e merecem todo o nosso respeito.
Muitas vezes esses tipos de
emprego não são surpresa para a sociedade quando se trata de pessoas com menor
grau de instrução, ou que vieram de outras partes mais humildes do país, etc.
As pessoas não esperam muita coisa deles, como se não fossem capazes ou não
merecessem. Mas quando se trata de alguém com formação universitária, que fala
dois idiomas ou mais, ser babá é um absurdo. Então amigos, atenção, esse post é
pra dizer que depende da nossa postura mostrar que todo trabalho é um bom
trabalho, que sempre nos abre para oportunidades e aprendizado, que nunca deve
ser desvalorizado ou menosprezado. Que não devemos ter vergonha, que também é
uma escolha nossa e que nos reservamos o direito de viver nossas fases e tirar
o melhor proveito delas, sejam elas quais forem.
Como é ser Au Pair na prática eu
ainda não sei. O que eu sei é que o mais importante é a determinação para fazer
desse momento algo especial e positivamente marcante. É estar consciente das
possíveis dificuldades e desafios, encarar tudo com coragem para assumir as consequências
dessa escolha, para amadurecer e respeitar o próprio espaço e até mesmo com a
mente aberta a aceitar que às vezes desistir faz parte.
Então, meus amigos, vergonha é
roubar, é trapacear, cometer crimes, vergonha é se omitir, é mentir, é ser
preguiçoso, é ser covarde! Ser babá não é vergonha e ser Au Pair é muito mais
que isso, é pra gente forte, gente determinada, gente corajosa!
Foco, coragem e uma viagem
incrível para você!
Roberta Izzo
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