08/10/2016

Como é ter host kid com Special Needs?

Como é ter host kid com Special Needs?
Hello people,

Para quem não sabe, uma das crianças que eu cuido tem síndrome de Down e hoje vim compartilhar um pouco com vocês sobre essa experiência!! Sempre, ou quase sempre, ouço as mesmas perguntas sobre cuidar de criança que tem alguma necessidade especial, como por exemplo: "é fácil?, Como é sua rotina? Precisa ter muita paciência, né?, Você já tinha alguma experiência anterior? Como você consegue? Cansa muito, não é? e por aí vai...
Aproveitarei esse post para responder quase todas essas perguntas, mas antes, de tudo, farei uma breve apresentação dele para vocês: chamarei ele de O, ele tem 3 anos (cheguei ele tinha 2), ainda não fala, não desfraldou, teve um problema no estomago e não consegue mais comer comida sólida, come apenas comida pastosa.


Olhem, não direi que é fácil, porque realmente não é, mas o O faz tudo parecer mais fácil, sabem? Ele é a criança mais doce e carinhosa que eu já conheci na vida e olha que já trabalhei com muitas! Mesmo que às vezes ele me tire do sério, por repetir um comportamento que não lhe convém ou quando falo e parece que ele não me entende, ele é amável!! 

Minha rotina com ele é bem tranquila. Ele vai à escola 3x na semana, o ônibus pega ele às 8:10 e deixa ele às 11:45, quando ele chega, dou almoço, troco a fralda e coloco para a nap (ele tira nap de 2h e é bem facil colocar ele pra dormir, apenas coloco ele na cama e ligo a musica, saio do quarto e ele adormece sozinho), quando ele acorda toma um suco e brincamos, geralmente fazemos alguma atividade para estimular o desenvolvimento cognitivo dele. Nos dias que não tem aula, só muda o horario da manhã, que dou o café da manhã, depois fazemos uma atividade.

Siiiim, é preciso ter MUITA paciência, mas muita paciência mesmo! Claro que, muita coisa depende da criança e do que ela tem, mas no quesito paciência é independente da criança. Se já é necessário ter paciência ao cuidar de criança, criança com algum atraso no desenvolvimento, seja ele mental ou fisico, requer o triplo (ou mais) de paciência. É preciso entender o tempo da criança, aceitar a doença que ela tem, saber que não devemos cobrar muito dela mas também não podemos tratá-la apenas com fragilidade e colocar as desculpas para tudo na Síndrome. É necessário ter equilibrio, o qual só será possível com muita paciência e aceitação. Como já disse, muitas vezes sinto que eu digo algo e ele não absorve, que não me compreende; daí preciso repetir e repetir até que entre por osmose. O fato de ele não falar complica muito, mas ele sabe se comunicar atraves de alguns sinais.  

Eu sou psicóloga infantil e, por essa razão, já atendi crianças com outros atrasos, mas com Síndrome de Down não. Tenho uma prima que tem Down também, o que eu acho que chamou atenção da minha Host Family, por ter fotos com ela no meu perfil. Então, sim, tinha experiência anterior de trabalho com criança com necessidade especial, mas não tinha experiência em cuidar, de fato, de uma.  Para ser bem sincera, às vezes nem eu sei como consigo, pois além dele, tem as irmãs (gemeas de 9 meses, cheguei tinham 1 mês), antes de vir e nos 3 primeiros meses, tinha muito medo, achava que não daria conta, mas graças a Deus e às crianças que cuido, é mais fácil do que parece ser, mas ainda assim é dificil rsrsrs Nem preciso dizer o quanto minha rotina é cansativa né? Trabalho as 45h semanais, 9h por dia, fim do dia eu só penso em dormir, ainda que o mais velho não me exija tanto, por ser um pouco independente, é muito cansativo. 

Mas enfim, sou um pouco suspeita pra falar sobre o assunto por ser completamente apaixonada pelo O, acho que o cromossomo a mais dele é o cromossomo do amor! É maravilhoso acompanhar o desenvolvimento dele, cada passo é uma comemoração, cada conquista é um grande passo. Outra coisa que é preciso falar é que, ao cuidar de criança com special needs, é preciso trabalhar de forma conjunta com os pais, pois de nada vai adiantar tratarmos ele de uma forma e os pais de outra ou vice-versa. Aqui,graças a Deus, qualquer nova descoberta que auxilie ele e que tenha eficácia é compartilhada e todo mundo se esforça para fazer o mesmo, em prol dele! Até porque tudo ainda é novo, tanto pra quanto para os pais, cada novo som tentando formar uma palavra, cada coco ou xixi feito na privada, cada tentativa de reintroduzir comida sólida, tudo é feito com muita dedicação e celebrado como uma verdadeira equipe!
Enfm, sem mais delongas, esse  foi um pouco do relato da minha experiência cuidando de criança com necessidade especial. Se tiverem mais alguma dúvida, let me know, por favor!!

Um super beijo no coração de vocês e até a próxima!!!

07/10/2016

O que esperar do Au Pair Program


Todo projeto que se inicia na nossa vida traz uma carga de objetivos e expectativas. Algumas vezes estes permanecem inalterados - ou quase - até o final daquela experiência. Mas na maior parte das vezes eles sofrem modificações, adaptações, mudam de direção, melhoram, pioram, morrem, renascem... O fato é que nunca temos controle de tudo que acontece à nossa volta e ter o coração aberto para entender e saber lidar com isso é uma grande lição que tiramos da vida.

Dois meses e meio foi o tempo que eu levei pra perceber que de todas as expectativas que eu tinha em relação ao Au Pair Program, a mais relevante é uma que eu não considerei quando ponderei os meus prós e contras para entrar nesse intercâmbio. 

Assim como muita gente eu optei por participar desse programa no intuito de melhorar o meu inglês, de dar um up no meu curriculo, de me afastar por um tempo da rotina que estava me engolindo viva, de tentar algum tipo de recomeço. (Claro que a gente aprende a amar nossas crianças, mas não é por elas que a gente vem, a gente vem por nós mesmos.) 

E foi tendo uma conversa comigo mesma um dia desses enquanto olhava essa natureza mixada com cidade e com cor de amor que é Seattle que eu me deparei com a maior verdade desse intercâmbio: a maior riqueza que ganhamos aqui é o amplo e impagável auto-conhecimento. Difícil explicar porque é um conceito super abstrato. Mas o bem mais precioso de um indivíduo é ele saber quem é ele mesmo, saber o que é importante pra ele, o que o deixa feliz de verdade, saber quem são as pessoas essenciais na vida dele e quem não é, saber qual é o papel dele nesse mundo, saber respeitar os próprios gostos e conhecer os próprios limites. A gente perde muito tempo elaborando ideias para carreiras e conquistas e relacionamentos de modo geral, e isso tudo faz parte, mas quando a gente se conhece direito, conhece a nossa essência, tudo isso vai no lugar de maneira super natural.

Acredito que todo intercâmbio proporcione desafios e crescimento, mas olha, vamos dar valor aqui para o programa de Au Pair, porque só quem é ou já foi sabe a quantidade de gigantes que se mata por dia. E é entre um gigante e outro que a gente aprende a se virar, aprende a planejar direito os lugares que quer conhecer durante uma trip de fds, aprende a lidar com as crianças gritando, com elas doentes, com elas cuspindo comida. Aprende a engolir desaforo, a não ter vergonha de pedir informação em inglês mesmo trocando as palavras. Aprende a ser cordial com quem não merece e aprende a impôr respeito quando é necessário. Aprende a lidar com a solidão - não importa quantos amigos você faça, às vezes a solidão simplesmente faz parte - aprende a tirar proveito do seu próprio espaço e do seu próprio tempo sozinho, aprende a se cuidar melhor já que não terá ninguém insistindo pra você tomar um remédio quando estiver doente, aprende a limpar, organizar, arrumar sim, porque agora é você quem não quer viver em um espaço sujo. Aprende a ser responsável por si mesmo, pelas próprias escolhas e passa a gostar disso.


Esse não é um post de auto-ajuda nem nada do tipo, é apenas uma reflexão compartilhada sobre como o intercâmbio pode - e muito provavelmente vai - mudar a sua vida de forma definitiva. A boa notícia é que vai mudar pra melhor.

Se você está em dúvida sobre fazer ou não intercâmbio a minha dica é: segue o seu coração. Eu diria um sonoro "vem!" mas acredito que cada um tenha um momento e um preparo psicológico para viver algo. Mas se seu coração diz "vai" e o que te prende é medo, venha. Esse mundo já está cheio de gente medrosa perdendo chances e mais chances. O seu maior sinal é o interesse que te fez ler esse post até aqui. Muito mais do que uma boa lembrança na memória, você será uma uma nova versão maravilhosa de você mesmo.

Foco, coragem e uma viagem incrível para você!


Roberta Izzo

03/10/2016

REMATCH depois de uma semana!!!

REMATCH depois de uma semana!!!
Oie pessoal,

Eu gostaria nesse momento de contar algo legal ou engraçado que tivesse acontecido comigo, contar sobre a festa de despedida ou sobre o treinamento, mas a verdade é que eu fui pega pelo monstro do rematch e queria contar para vocês como tem sido.

Eu cheguei na família dia 09/09 e dia 17/09 minha host mom pediu rematch.
Não teve diálogo, ela simplesmente disse que conversou com a LCC e estava feito.
O motivo que ela usou foi: "Eu não acredito que você vai ser capaz de dirigir na neve".
Eu dirijo desde 2014, nunca sofri nenhum acidente, não passei em nenhum sinal vermelho,  placa de pare ou qualquer coisa que fizesse ela perder a confiança em mim no volante.
Eu tenho uma amiga aqui que bateu o carro no primeiro dia e a HF nem falou nada.
As leis de trânsito aqui são um pouco diferentes mas nada que um pouco de tempo não resolvesse.

PS: Ela tinha pago 10 horas de aula pro instrutor treinar comigo e quando ela pediu rematch eu nem sequer tinha terminado as aulas.

Geeeeeeente, e ela SABIA que no Brasil não tinha neve, que eu nunca tive esse tipo de experiência e pro meu "azar", eu sou a primeira e espero que a última au pair brasileira.
Eu nem tive chance de dialogar, tentar pagar mais aula quando o inverno chegasse, nada.
Minhas duas semanas já terminaram mas desde o princípio combinamos que eu ficaria 3 semanas e hoje ela disse que se fosse preciso eu poderia ficar mais.

Estou tendo dificuldade pra achar família agora por motivos de:
Não sou infant qualified (estou tentando alterar isso);
Tenho bad review com carro e
A maioria das famílias já escolheram au pair porque o semestre letivo já começou.

Hoje foi um pouco parado até porque é feriado, mas eu espero poder voltar mês que vem com boas notícias.

E se você passou por isso e quer compartilhar conosco, deixe nos comentários.

See you soon,
Jessy
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