08/02/2017

1 ano de Au Pair: como o intercâmbio mudou a minha vida!

     
   
Hoje, 8 de fevereiro de 2017, faz exatamente 1 ano, 12 meses, 52 semanas, 366 dias que cheguei aos Estados Unidos. Um ano atrás, mas lembro como se fosse hoje quando eu embarquei nessa aventura, meu coração era um misto de sentimentos, a cabeça era totalmente fechada, meus olhos tinham visão limitada e meu corpo parecia preso à minha zona de conforto. Talvez esse último seja explicação de todo o resto, eu nunca tinha deixado minha zona e, por isso, era tão limitada. Mas eu mudei, graças a Deus, mudei e mudei muito, na verdade eu acho que apenas me revelei para mim mesma. E hoje quero compartilhar  essa mudança e/ou revelação, o que mudou na minha vida em 1 ano, como o intercâmbio me fez ser quem eu sou hoje. Na verdade, para quem me conhece antes do intercâmbio, será como uma reapresentação de quem eu me tornei. Quero dizer, de quem tenho me tornado, pois sei que amanhã já não serei mais a mesma!!
Pois bem, sempre ouvi falar de que os pais não criam o filho para si, mas sim para o mundo e isso nunca fez tanto sentido na minha vida, até que eu descobri o mundo. Eu era a pessoa mais dependente que conhecia, em todos aspectos, achava que não iria sair das asas dos meus pais tão cedo. Mas eu sai, demorou 25 anos mas eu voei e voei mais alto que um dia pudessse imaginar e mais do que isso, completamente sozinha. Com certeza, eu não sou mais a mesma de 1 ano atrás, aquela menina tímida, introspectiva, mimada, dramática, dengosa, imatura e dependente conheceu uma versão totalmente diferente de si mesma, tem se tornado alguém que ela sempre gostaria de ser, mas que, talvez por estar tão acomodada onde estava, com o papel que exercia há 25 anos, não conseguia.
O intercâmbio me ajudou a ampliar minha visão, percebi que, realmente, a estrada vai além do que se vê e o mundo também!! O mundo é bem maior do que eu imaginava que seria, tenho conhecido gente de lugares que, se não tivesse saído da minha zona de conforto, jamais conheceria (inclusive do próprio Brasil). Ampliar a visão de mundo me ajudou a ter uma mente mais aberta, logo eu que era tão mente fechada rsrs E, manter a mente aberta é essencial para o intercâmbio. Se você tiver ou permanecer com ela fechada, não conseguirá ir muito longe, será muito difícil de você se aproximar de pessoas com cultura tão diferente da sua e a adaptação ao novo poderá ser bem mais complicada.
Tenho aprendido que estar sozinho sigimifica encontro consigo mesmo, pois é quando estamos a sós que desfrutamos melhor da nossa companhia, colocamos os pensamentos no lugar o que pode criar desordem e conflito, conflito de quem você era para quem você está se tornando. E como durante o intercâmbio, é muito comum os tempos a sós, pensamos mais, pensamos e repensamos sobre nossos sonhos, o que deixamos para trás, o que queremos com todo esse aprendizado. É na desordem dos pensamentos e sentimentos que nos descobrimos, que nos revelamos para nós mesmos, que nos esvaziamos de tantos rótulos que colocaram em nós. Na zona de conforto, quando conhecemos alguém precisamos, de certa forma, manter que somos, porque as outras pessoas já tem um conceito que quem somos nós e precisamos manter isso. Mas quando estamos sozinhos de todo mundo que a gente conhece, é diferente. Quando conhecemos alguém, estamos mais vazios e ao mesmo tempo mais transparentes. Vazios de rótulos, de conceitos e transparentes de quem realmente somos, pois não precisamos manter um rótulo, podemos ser nós mesmos, aliás somos nós mesmos sem nem dos darmos conta. Por isso, é comum que as pessoas que você conheça durante o intercâmbio saibam mais da sua vida do que as pessoas que te conhecem a vida inteira. Porque quem te conhece a vida inteira, conhece a imagem que você tentou passar mas quem te conhece no intercâmbio, conhece a pessoa que você está acabando de conhecer, ela vai te conhecer ao mesmo passo que você está se conhecendo.
Por isso, eu digo que cheguei à conclusão de que eu não mudei, apenas me conheci aqui, longe de todo mundo, em um lugar totalmente novo, com uma cultura diferente, falando nova língua e totalmente sozinha. Nesse 1 ano de intercâmbio, descobri que eu sou completamente diferente do que eu achava que era. Descobri que sou forte, mesmo em meio à fraqueza; corajosa, ainda quando acho que não sou capaz; determinada, até quando penso em desistir; mente aberta, sem lugar pra julgamentos (pelo contrário, tomei pavor deles); paciente, já sabia que era mas não sabia que tanto; sonhadoras mas agora sei o que preciso fazer pra realizar meus sonhos e independente, que foi o que mais estive em busca durante a minha vida, mas permanecendo na zona de conforto, jamais me tornaria.
Pra quem sonha com o intercâmbio, deixo um conselho: venha! Mas venha com a bagagem de rótulos vazias, principalmente os rótulos negativos, deixe tudo o que pensam de você para trás, coloque na bagagem apenas o que você pensa de si mesmo e/ou quem você gostaria de se tornar e venha disposto a se conhecer a cada dia,  talvez essa revelação de si mesmo seja dolorosa, mas vai valer a pena, assim como todo o resto do intercâmbio.
E que venha mais 12 meses de intercâmbio. Ah! Depois volto pra dizer se sou a mesma de fevereiro/2017.


PS: sei que essa publicação foi um pouco mais pessoal, mas eu espero que possa inspirar as pessoas que, assim como eu, tenha medo de se sentir sozinho principalmente em meio ao novo!

1 comentários:

Nara Muriel disse...

Que texto lindo! Acabei de conhecer seu blog pois só agora resolvi que irei sim pros EUA como au pair e quero ir ano que vem. Eu tô planejando e batalhando e juntando dinheiro mas bate aquela insegurança as vezes por ser um sonho tão alto. Ler seu texto me colocou um sorriso enorme no rosto. Obrigada!